domingo, 3 de abril de 2011

QUEBRANDO TABUS EM RIO CLARO




Rio Claro tem coisas curiosas e a principal delas está justamente no seu brasão e lema: um leão deitado com os dizeres “Quieta non movere”. Será um elogio à inércia? Prefiro acreditar que não, mas de qualquer forma esse brasão tem um peso e ilustra o cenário atual artístico da cidade. Muitos talentos e pouco espaço para a expressão.
A cidade azul é uma constelação de bons músicos e cantores. Aqui encontrei duas, das melhores bandas de rock do cenário atual brasileiro e que contribuem seriamente para a produção cultural do nosso país. A música instrumental também merece destaque. Gente jovem reunida respirando acordes e traduzindo pensamentos resultando em músicas inspiradas, que aquecem, acolhem e registra a nossa história.
E como uma nova invenção vejo vir vindo no vento, cheiro de nova estação, uma banda que tem o poder de sacudir o leão e mexer no que está quieto: Maloca Fina. Eles são assim: conseguem iluminar até mesmo o leão adormecido.
Nesse sábado a banda já entra pra história da cidade, como a primeira banda rio-clarense a tocar no Madalena, conceituada e tradicional casa noturna. Levaram Toquinho, Wilson Simonal e outras pérolas do nosso cancioneiro brasileiro para um publico acostumado ao pop do pop. E provaram que o publico tem sede de cultura. E que queremos valorizar o que é nosso. O que é bom.
Maloca Fina vai fazer escola e a dica é observar a trajetória do grupo. Nasceram da necessidade de se expressarem artisticamente e não para serem um produto que vende shows e fazem as pessoas “alegrinhas” durante um período noturno. Existe uma preocupação musical, história e uma naturalidade funcional.
Para fazer música é preciso humildade. Porque ela é maior que o artista. Não adianta querer que ela sirva ao nosso ego, à nossa vaidade. O músico tem que servir a ela. E ser humilde é ser verdadeiro. O som do Maloca Fina é isso, verdadeiro, humilde e com força. Lizes Cortes em vários momentos interpreta as canções melhor do que seus ídolos. Ele tem o dom de iluminar o palco com energia e segurança. Transborda sua própria felicidade e contagia o publico. Não é à toa que seu nome termina com s. Ele é totalmente plural, transforma-se em outros e nos deixa com a real sensação que estamos numa noite mágica.
Momento oportuno e importante para nós músicos da cidade azuleta refletir. A inveja não cabe no contexto, e sim aplaudir nossos colegas pela sinceridade no som e por conseguir transgredir numa cidade que não quer mexer no que está quieto.
Agora eu vou ouvir um pouco do som deles no ultimo volume, moro perto do Lago Azul e quero que nosso leão adormecido acorde e como Rei ordene mais empenho e cuidado com essa excelente safra de músicos rio clarences!
Bebete vambora, pois está na hora!

2 comentários:

  1. Ola Jandra !!
    A Maloca Fina , antiga Rabo de Galo, realmente veio para provar que nao só de lixo musical vive uma cidade como rioclaropolis, o bom gosto ainda sobrevive ,em minorias , mas existe.
    Tao importante qto o surgimento das bandas , sao os locais que abrem espaço para suas apresentaçoes , pois o palco é onde o artista precisa estar.
    Justiça seja feita a tantos bares de Rio Claro que há anos cedem seus palcos as bandas rioclarenses,e estes sim fazem parte do cenario musical da cidade e das suas bandas.
    Confira que vc vai se surpreender !!

    Abs
    Roberto Mascaro
    roberto@majograf.com.br

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  2. É verdade Roberto! Rio Claro possui vários bares que se preocupam e abrem as portas para a boa musica ao vivo. Por isso essa cidade me encanta cada vez mais. Por outro lado, não falo da iniciativa privada e sem publica. Não basta apoiar festivais apenas para colorir o calendario, mas falta mais pulso firme. Porem isso nao é exclusividade de Rio Claro né...Enquanto isso, vamos caminhando e cantando e seguindo a canção...
    beijos!

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