sábado, 9 de abril de 2011
A NOVA FUNÇÃO DA MÚSICA
O mercado da musica vaporizou. Hoje em dia não se vende mais música do jeito que vendia. É muito raro alguem comprar um cd. E pra se reinventar a gente tem que descobrir o valor comercial da música. Socialmente e comercialmente a música mudou de função. Hoje temos várias profissões que está intimamente ligada a esse oficio.
Por exemplo: um músico diz "vou tocar amanha com tal cantora, em tal banda, vou tocar num show". E agora um DJ também fala isso. Existe shows de DJs. Daí eu fico pensando, ele diz que toca porque provavelmente ele aperta aquela tecla "play". Não quero desmerecer de jeito nenhum, porque tem um grande mérito o trabalho do DJ. Mas como é esse trabalho? Não foi ele que tocou necessariamente o instrumento. Ele pode atuar como arranjador fazendo um mosaico de sons, mas qual é o nome dessa pratica musical?
E isso é tudo um reflexo de um mercado que expande por um lado e se retrai por outro. Por isso que eu acho que a parte artistica vai ter que se reinventar. A gente vai ter que descobrir com essa nossa nova função, o valor que temos e como é que a gente vai se vender nesse mercado.
Tudo tá mudando e vai mudar cada vez mais e uma coisa posso perceber: o nosso mercado se diluiu, na medida que a gente quase nao tem mais lojas apenas de cds. A loja de cd praticamente acabou. Agora se vende em livraria, posto de gasolina, loja de departamento. Por isso repito que isso é sinal que a nossa função mudou.
Acho que hoje em dia todo mundo assiste música, não ouve. Já repararam isso?
É sinal dos tempos e temos que achar o nosso lugar nessa nova configuração.
domingo, 3 de abril de 2011
QUEBRANDO TABUS EM RIO CLARO
Rio Claro tem coisas curiosas e a principal delas está justamente no seu brasão e lema: um leão deitado com os dizeres “Quieta non movere”. Será um elogio à inércia? Prefiro acreditar que não, mas de qualquer forma esse brasão tem um peso e ilustra o cenário atual artístico da cidade. Muitos talentos e pouco espaço para a expressão.
A cidade azul é uma constelação de bons músicos e cantores. Aqui encontrei duas, das melhores bandas de rock do cenário atual brasileiro e que contribuem seriamente para a produção cultural do nosso país. A música instrumental também merece destaque. Gente jovem reunida respirando acordes e traduzindo pensamentos resultando em músicas inspiradas, que aquecem, acolhem e registra a nossa história.
E como uma nova invenção vejo vir vindo no vento, cheiro de nova estação, uma banda que tem o poder de sacudir o leão e mexer no que está quieto: Maloca Fina. Eles são assim: conseguem iluminar até mesmo o leão adormecido.
Nesse sábado a banda já entra pra história da cidade, como a primeira banda rio-clarense a tocar no Madalena, conceituada e tradicional casa noturna. Levaram Toquinho, Wilson Simonal e outras pérolas do nosso cancioneiro brasileiro para um publico acostumado ao pop do pop. E provaram que o publico tem sede de cultura. E que queremos valorizar o que é nosso. O que é bom.
Maloca Fina vai fazer escola e a dica é observar a trajetória do grupo. Nasceram da necessidade de se expressarem artisticamente e não para serem um produto que vende shows e fazem as pessoas “alegrinhas” durante um período noturno. Existe uma preocupação musical, história e uma naturalidade funcional.
Para fazer música é preciso humildade. Porque ela é maior que o artista. Não adianta querer que ela sirva ao nosso ego, à nossa vaidade. O músico tem que servir a ela. E ser humilde é ser verdadeiro. O som do Maloca Fina é isso, verdadeiro, humilde e com força. Lizes Cortes em vários momentos interpreta as canções melhor do que seus ídolos. Ele tem o dom de iluminar o palco com energia e segurança. Transborda sua própria felicidade e contagia o publico. Não é à toa que seu nome termina com s. Ele é totalmente plural, transforma-se em outros e nos deixa com a real sensação que estamos numa noite mágica.
Momento oportuno e importante para nós músicos da cidade azuleta refletir. A inveja não cabe no contexto, e sim aplaudir nossos colegas pela sinceridade no som e por conseguir transgredir numa cidade que não quer mexer no que está quieto.
Agora eu vou ouvir um pouco do som deles no ultimo volume, moro perto do Lago Azul e quero que nosso leão adormecido acorde e como Rei ordene mais empenho e cuidado com essa excelente safra de músicos rio clarences!
Bebete vambora, pois está na hora!
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